sábado, 21 de março de 2009

Reflexão: Porque Precisamos de uma Reforma Política ?

Entenda o que acontece com os políticos que só pensam em seu projeto pessoal de poder:
Em ano eleitoral o administrador que detém o controle da máquina administrativa pública a usa em benefício de seus interesses políticos partidários. A licitação arranjada beneficia o empresário, que põe a mão na "bolada" para executar a obra. A obra abre novas frentes de trabalho para a contração de mão-de-obra. Contração essa que passa pelo filtro político do partido do gestor, que indica os contratos para render votos. Os materiais de insumos para a execução da obra são adquiridos em empresas, cujos donos também comungam com o projeto político do gestor público. Nessa aquisição de insumos lava-se boa parte do dinheiro público através de notas superfaturadas. O valor cobrado a mais na nota volta para a mão do político como generosa contribuição de campanha. É o famoso "receber por fora", porque a empresa que presta serviço ao governo é impedida por lei de fazer doações para partidos políticos.
Por fim, a obra nunca fica pronta, por que os insumos adquiridos foram insuficientes para a sua conclusão. Então espera-se as próximas eleições para fazer um aditivo no projeto e buscar novos recursos para tentar terminar a obra. A história se repete. Quando a obra chega ao seu término descobre-se que os insumos usados foram de segunda categoria e a depreciação da mesma já compromete a sua própria existência. A população, o contribuinte, o verdadeiro financiador da obra fica sem o benefício ou recebe um benefício insuficiente muito tempo depois.
Parte da imprensa é corrompida deixando de publicar ou invertendo os fatos, manipulando a população, em prol de quem estar no poder, em troca de benefícios para os proprietários dos veículos de comunicação, que passa a fazer parte do projeto político do gestor público.
No campo ideológico o estrago ainda é maior. O desvio da verba e a lavagem deste dinheiro inflacionam o processo eleitoral, corrompe os líderes comunitários, abafa o discurso estadista, engorda o pragmatismo e deseduca a cidadania. O mais grave de tudo isso é que esse modelo ridiculariza os verdadeiros homens de espírito público que, providos de valores éticos, morais e cívicos, são vistos como ingênuos, inoperantes e sem a força do capital para dar visibilidade ao seu projeto político.
A máquina do Estado fica nas mãos de homens de negócios, que usam do erário público para financiar seus projetos pessoais, se tornando empresários bem sucedidos, mostrando ostentação e desfilando em carros de luxo. Enquanto isso, os hospitais públicos vivem em situações de limite, o sistema carcerário é um caos, o fundo previdenciário é deficitário, professor da rede pública quase chega a ser profissão de risco e a impunidade reflete as limitações de nossas leis. Mas nem tudo está perdido. É preciso acreditar e apostar no futuro, primeiro conhecendo a realidade, depois tentar entendê-la, por fim, buscar alternativas para renovar o atual modelo. Por tudo isso é que precisamos de uma reforma política, proibindo o uso de recursos privados nas campanhas e uma forte fiscalização do TSE nas prestações de contas dos candidatos, coibindo o caixa 2 e o abuso do poder econômico.

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